quinta-feira, 8 de outubro de 2009

ESPÉCIES INVASORAS

No começo é só uma árvore, um pouco de capim, um caramujo ou um coelho. Aos poucos eles se multiplicam e, de repente, tomam conta do ambiente. Assim, de forma silenciosa e, em alguns casos, devastadora, ocorre a invasão biológica de espécies exóticas, considerada hoje uma das principais causas da extinção das nativas. Isso ocorre quando animais, plantas ou microorganismos de um determinado lugar são levados para outro onde não há predadores para limitar sua população. Sem esse controle, eles afetam o ambiente, a economia e a saúde do homem. Algumas das pragas que mais infestam o Brasil são a árvore pinus, o caramujo gigante africano, trazido ao país como iguaria, e o mexilhão, que é transportado na água de lastro dos navios.
Vale salientar que desde que o mundo é mundo, plantas e animais são carregados de um ambiente para outro na natureza, seja por meios naturais, seja pelas atividades inventadas pela civilização. E, na maioria das vezes, essa troca de espécies é inofensiva. Quem se incomoda em ter no fundo do quintal um inocente pé de maçã? Certamente, ninguém. Originária da China, a macieira é uma das tantas espécies exóticas que se adaptaram "silenciosamente" no Brasil, sem provocar danos. Ocorre que, com o uso cada vez mais intenso dos meios de transporte, um pequeno, mais significativo, percentual de espécies exóticas resultou em "barulhentas" invasões biológicas.
Também chamada de poluição biológica, a contaminação ocorre sempre que uma planta, um animal ou um microorganismo, de um outro habitat ocupa determinado ambiente e expulsa espécies nativas. Esta definição é da engenheira florestal Sílvia Renate Ziller, doutora em conservação da natureza, que há seis anos atua no diagnóstico, prevenção e controle de invasões biológicas. "Uma porção bem pequena das exóticas faz um estrago muito grande. Esta não é uma questão de número, e sim de capacidade de invasão e ocupação de território", esclarece a especialista.
As espécies exóticas com potencial invasor são mais competitivas que as nativas porque, entre outros fatores, estão longe de seus predadores naturais. Além disso, elas têm alta capacidade reprodutiva e se adaptam facilmente a outros ambientes, alastrando-se de forma rápida e devastadora.
Em todo o globo, a contaminação biológica é a segunda maior causa de extinção de espécies, atrás apenas da destruição direta de habitats pelo homem - ou seja, é uma forte ameaça à biodiversidade. E mesmo com a existência de leis (Lei de Crimes Ambientais e Código Florestal), além da fiscalização do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), as ações de controle são isoladas e insuficientes.
"Há pouca pesquisa científica e, para agravar a situação, o governo incentiva o cultivo de algumas espécies exóticas. Se houvesse um programa de fomento para as nativas, muita gente plantaria araucária, cedro, embuia", comenta Sílvia Ziller, que, por meio do Instituto Hórus de Conservação Ambiental, de Curitiba, está formando banco de dados sobre as invasões no Brasil.
DO VIRUS À TILÁPIA
Além de afetar o meio ambiente, a contaminação biológica, tem impactos na saúde humana e na economia. O vírus da pneumonia asiática é um exemplo mundial de microorganismo causador a partir de regiões da Ásia. No Brasil, os vírus da dengue (transmitido pelo mosquito Aedes aegypti) e da febre aftosa (que afeta bovinos, caprinos e suínos) são invasores capazes de provocar doenças e abalar diversos setores econômicos.
Na flora brasileira são inúmeros os casos de invasão biológica. Um deles é o do capim annoni (Eragrostis plana), de origem africana, que já devastou grandes áreas de pastagem na Região Sul e deu prejuízos à pecuária gaúcha . O cultivo de peixes exóticos como tilápia (África) e carpa (Japão e China), que leva à redução de populações de peixes nativos, é suficiente para dar uma noção dos estragos na fauna. Mas não é preciso vir de tão longe para incomodar.
As fronteiras de cada ecossistema são mais suscetíveis a invasões do que se imagina. Pelo seguinte motivo: uma espécie pode se tornar invasora não apenas quando originária de outro continente ou país, mas quando transportada de um ambiente natural para outro. Por exemplo, "o nosso tucunaré, peixe nativo da Amazônia, tornou-se invasor quando introduzido na bacia do rio Paraná, causando a morte de peixes daquele exossistema", destaca o biólogo Euclides Tom Grando, coordenador da ONG Liga Ambiental.
RECICLAGEM LITERÁRIA: A partir deste artigo, outros virão, como reciclagem literária (assim denomino) justamente no momento em que vou reutilizar estas revistas educativas e informativas no artesanato (cestaria ou colares). Possuo várias coleções e seria um crime reaproveitá-las sem passar as reportagens ou artigos que interessam a todos e quem sabe não tiveram oportunidade de lê-los. Temos a obrigação de passar Conhecimentos que servem até para preparação em Concursos na área ambiental.
AUTORA: Lara Lima - Agosto/2003 - Revista Galileu

RESÍDUOS SÓLIDOS - RECICLAGEM DE PAPEL DE APARAS

Reciclagem de resíduos é a reutilização, pós-consumo, de determinados resíduos industriais após serem convenientemente reprocessados: embalagens diversas, óleos lubrificantes, papéis, águas servidas, dentre outros.
Existe um resíduo que é o papel de aparas (na verdade uma diversidade de papéis envolvendo papel jornal, papelão, papéis-cartão e outros), que sofrem reprocessamento em uma fábrica de celulose. O produto resultante é um papel escuro de grande resistência, que é utilizado na fabricação de papelão e de caixas para embalagens.
Isto explica a grande quantidade de pessoas catadoras de papel que existe nos grandes centros urbanos que sobrevive da coleta de materiais que podem servir à fabricação do chamado papel de aparas.
A fabricação do papel de aparas é realizada em várias etapas, sendo que na primeira fase é feita uma triagem do material coletado, separando-se trapos e plásticos.
Em seguida, o material selecionado sofre cozimento em alta temperatura visando o desfibramento. Nesta etapa pode-se juntar alguma celulose, que serve para dar maior consistência às fibras.
O produto resultante ("colchão") é processado em um equipamento laminador (máquina de papel) que produz o papel de aparas.
Na produção exige-se muita água, que nas fábricas mais modernas é recirculada, minimizando, em consequência, a geração de águas residuárias.
Os despejos resultantes necessitam, entretanto, ser tratados através de métodos biológicos de depuração.
Na verdade, a produção de papel de aparas é também uma forma de reciclagem de resíduos e, consequentemente, ajuda a proteger o meio ambiente.
VOVÊ SABIA...
  • Que uma tonelada de alumínio reciclado poupa a extração de cinco toneladas de bauxita?
  • Que, com a reciclagem do alumínio, o consumo de energia pode ser reduzido em até 95%?
  • Que 90% dos lixos nos escritórios são compostos de papel reciclado?
  • Que cada tonelada de papel reciclado substitui o plantio de até 350 metros quadrados de monocultura de eucalipto?
  • Que, com a reciclagem de uma tonelada de papel, economiza-se 20 mil litros de água e 1.200 litros de óleo combustível?
  • Que uma garrafa de vidro abandonada no meio ambiente hoje estará na superfície da terra no amo 4000?
  • Que 35% do papel produzido no Brasil nos últimos 20 anos são originados de matéria-prima reciclada?

Fonte: ABB - Guarulhos/SP