sábado, 19 de dezembro de 2009

LIXO - TRANSFORMAÇÃO DO MUNDO

Não se pode negar que o mundo continua passando por grandes transformações: econômicas, sociais, políticas, culturais e ambientais. E o que tem a ver o LIXO com a transformação do mundo, principalmente no século XXI onde a sustentabilidade "deveria" e "poderia" ser real? Conforme Sidney Grippi: "O fato do homem existir traz consigo a existênia do lixo na mesma proporção. O primeiro tipo de lixo que geramos são as fraldas descartáveis que um dia usamos. Já nascemos gerando descartes".
Até o século XVII, os elementos básicos da vida econômica da grande maioria das pessoas consistia em procurar obter o essencial: comida, roupa e alojamento. E tudo provinha da terra. O alimento é claro. As roupas eram feitas de peles de animais e de fibras vegetais e as casas eram feitas com material da floresta, da pedreira ou olaria.
Com a Revolução Industrial (conjunto de transformações que alteraram a vida da Europa ocidental durante a segunda metade do século XVIII e quase todo o século XIX) o crescimento da produtividade deu-se não apenas em função do aperfeiçoamento dos métodos produtivos, mas também, pelo avanço da técnica, baseado na invenção de máquinas. Desde então, as cidades cresceram devido a concentração das indústrias e da grande massa de trabalhadores. A população urbana aumentou rapidamente e o lixo não parou de crescer e se espalhar.
Transformações profundas ocorreram após as duas grandes Guerras (1918 e 1945). Alguns autores se reportam como "guerra mundial de 31 anos! De fato, houveram mudanças de valores e conquistas tecnológicas...
Chegou-se aos anos 60, 70, 80,90 e as mudanças no trato da relação homem-natureza foram revistas, reorganizadas, às vezes conscientizadas e nem por isso o volume de lixo produzido no mundo deixa de crescer em proporções danosas ao meio ambiente e a saúde pública.
No Brasil muito se tem feito em prol de uma melhor sensibilização ambiental. A sociedade precisa participar, ser mais informada e ao mesmo tempo tomar iniciativa de consumir com responsabilidade. Cada um deve fazer a sua parte como: reduzir, reutilizar e reciclar os resíduos sólidos. Um bom começo seria reduzir também os resíduos orgânicos que segundo a Abrelpe (Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais), somam mais de 50% do lixo doméstico nacional. Todos os anos são mais de 14 milhões de toneladas de alimentos descartadas, devido a procedimentos inadequados em toda a cadeia produtiva, segundo o Ministério da Agricultura.

FÓRUM URBANO MUNDIAL NO RIO DE JANEIRO EM 2010

Rio de Janeiro sediará principal evento de urbanismo do mundo em março de 2010.
DATA: 22 a 26 de março de 2010
O evento é promovido pelo UN-HABITAT, Programa das Nações Unidas para os Assentamentos humanos.
HISTÓRICO: Em 2001, a Assembléia Geral das Nações Unidas decidiu realizar, a cada dois anos, sessões de um Fórum Urbano Mundial, sob a responsabilidade da Agência Habitat das Nações Unidas, com o objetivo de reunir, regularmente, uma ampla gama de parceiros governamentais, da sociedade civil e do setor privado, em torno dos grandes desafios colocados pela crescente urbanização. No debate são pautadas as economias nacionais, a organização das sociedades, as comunidades locais e as próprias cidades.

NOTÍCIAS FINAIS DA COP-15 (COPENHAGUE)

Ontem, 18/12/2009, foi o término da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas - COP/15.
Conforme o Jornal À Crítica com data de 19/12/2009 cujo enviado especial Antonio Ximenes, diz o seguinte:
A Conferência do Clima fracassou. Os países desenvolvidos não se entenderam com os emergentes, especialmente Estados Unidos e China. Metas para redução das emissões não foram acordadas. Financiamentos para as adaptações das mudanças climátias nos países pobres não se efetivaram.
Nas últimas horas de ontem, quando mais de 100 chefes de Estado não conseguiram chegar a um acordo global do clima, o presidente americano Barack Obama reuniu-se de maneira extraordinária na Bella Center, com os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (Brasil) e Jacob Zuma (África do Sul), bem como os primeiros ministros Wen Jiabao (China) e Manmhah Singh (Índia).
O tema central do encontro desses estadistas foi sobre a verificação/fiscalização internacional nos países que receberiam recursos das nações desenvolvidas. A China era terminantemente contra, mas, depois das argumentações de Obama e a anuênia dos outros membros do grupo da qual faz parte, concordou de forma pouco afirmativa, desde que os Estados Unidos também fossem verificados/fiscalizados em suas ações de combate às mudanças climátias.
A COP-15 frustou milhares de ambientalistas, mas, prinipalmente, deixou o planeta a deriva no que se refere ao aquecimento global, causado pelos gases do efeito estufa. Foi como se não houvesse um clamor da comunidade científica, que alertou o mundo para os efeitos catastróficos do aumento da temperatura em até dois graus celcius. Mesmo havendo a clara sensação de que os 192 países iriam concordar em definir metas para reduzir as emissões, não foi possível chegar a um determinador comum.
BRASIL DISPOSTO A SACRIFÍCIOS:
Mas se de um lado a tristeza tomou conta de líderes como Lula, que disse estar frustado e que seria necessário um anjo ou um sábio descerem na COP-15 para iluminar a inteligência que faltou às partes, sua liderança ganhou o mundo. "O Brasil apresentou metas concretas. Equilibrou as conversações nos países emergentes e tem em Lula um líder do meio ambiente", comentou o presidente da França Nicolas Sarkozy. "Se for necessário fazer mais sacrifícios, o Brasil está disposto a colocar dinheiro para ajudar os outros países", anunciou Lula, provocando aplausos.
PROTOCOLO DE KYOTO É FORTALECIDO:
Em meio ao desanimo geral, que tomou conta de Copenhague, uma luz tênue surgiu no horizonte. Trata-se, curiosamente, do fortalecimento do Protocolo de Kyoto, já que os países em desenvolvimento conseguiram mantê-lo, derrubando a tese das nações desenvolvidas que queriam acabar com ele.
Pelo Protocolo, os países do Anexo 1, os desenvolvidos, cerca de 37, terão que repassar recursos para as medidas mitigatórias e de adaptação, bem como repassar tecnologia pos 2012, quando entra em vigor a segunda parte do Protocolo. Mas é muito pouco, para quem observa as geleiras dos Andes, do Himalaia e dos Alpes derretendo, os rios secando e os furacões e maremotos tomando conta do clima e desestruturando a vida de milhares de habitantes da Terra.
Tuvalu, no Oceano Pacífico, pode desaparecer sob as águas se nada for feito para ajudá-lo, por exemplo. Outras nações da África, também correm o risco de terem suas terras devastadas por secas e enchentes nunca antes vistas. Insatisfeito com os resultados, o presidente do G-77, Stanislaus Lumumba, grupo que reune mais de 130 países, foi até a sala de imprensa para dizer que seu país, o Sudão, "não aceitava este documento".
CHÁVEZ FAZ CRÍTICAS À DINAMARCA:
A insatisfação com os resultados pífios da COP-15 foi tão grande que os presidentes da Bolívia e da Venezuela, Evo Morales e Hugo Chávez, respectivamente, aproveitaram a ocasião para descredenciarem a presidência da Conferência do Clima, a anfitriã Dinamarca, que, segundo eles, desrespeitou os países pobres e as nações emergentes ao ficar assintuosamente do lado dos grandes da economia mundial. "Fomos considerados nações de segunda linha em um evento em que a igualdade é fundamental", disse Chavez.
Morales não foi menos condescendente e disse que os países desenvolvidos parecem não ter aprendido nada, mesmo em uma situação de agravamento da vida na Terra. "Eles, os ricos, historicamente vem poluindo o planeta, e, agora, não querem cumprir com suas responsabilidades". É uma vergonha e uma falta de respeito com a humanidade". Agora, nem tudo está perdido, porque as negociações continuam.
Outras reuniões, ao longo do próximo ano, serão realizadas pelos países membros da ONU, no ambito da Convenção. Mas as decisões, aquelas que determinarão uma nova realidade climática, somente deverão ser tomadas na COP-16, no México, em 2012.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

COP-15 PODE FRACASSAR

A/8 - País/Mundo - "Jornal Amazonas Em Tempo" - Manaus, 16/12/2009

O alerta foi feito pela presidente da COP-15, Connie Hedegaard, na cerimônia de abertura da reunião de ministros e chefes de Estado, o ápice do encontro que termina sexta-feira.
A palavra-chave dos próximos dias precisa ser "concessão", disse a dinamarquesa, ao lado do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e do premiê da Dinamarca, Lars Rasmussen. "Agora é hora de bom senso, concessão e coragem", disse Ban mais tarde, demandando aos países que parem de apontar o dedo um para o outro.
Concessão foi tudo o que não se viu em Copenhague ao longo dos últimos dez dias.
A reunião diplomática, como previsto, não avançou. Os principais poluidores do mundo, EUA e China, limitaram-se a trocar acusações. O rascunho de acordo que os ministros receberão hoje joga no colo deles as decisões sobre todos os pontos importantes: metas para países desenvolvidos, compromissos de redução para países em desenvolvimento e sua verificação e principalmente, dinheiro.
Só um bode parece ter sido tirado da sala: reunida com ONGs, Hedegaard teria garantido que o Protocolo de Kyoto terá um segundo período. No texto do LCA (grupo negociador que trata dos termos do novo acordo) que circulou ontem, cada um desses ítens cruciais aparece como "a ser elaborado". "Pulou de esfera", disse Luiz Alberto Figueiredo Machado, negociador-chefe do Brasil. "As decisões mais complicadas vão para os ministros e talvez para os presidentes".
A principal decisão que deverá ser tomada pelos chefes de Estado - se for - é a questão do financiamento ao combate à mudança climática nos países em desenvolvimento no médio e longo prazos. Por enquanto, a única proposta na mesa é o chamado "fast money", o pagamento de US$ 10 bilhões por ano durante três anos, para financiar ações até 2012.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

OS CAMPEÕES DA QUEIMADA NO AMAZONAS

JORNAL A CRÍTICA
11/12/2009
Reportagem de Elaíze Farias

Presidente Figueiredo e Iranduba foram os municípios da região metropolitana de Manaus e entorno que mais desmataram ilegalmente área verde, conforme constatou fiscalização feita pelo Batalhão Ambiental e pelo Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas Ipaam) entre os dias 2 e 9 deste mês.
De acordo com a secretária estadual do meio ambiente, Nádia Ferreira, a maioria das queimadas foi feita para especulação imobiliária, que nada mais é do que grilagem de terra.
Presidente Figueiredo é disparado o campeão de desmatamento neste período. Foram realizadas queimadas para área de expansão em 124 hectares. Iranduba desmatou 12 hectares e Itacoatiara, 11,5. Essa extensão pode ser maior, pois embora a operação do Ipaam e do Batalhão Ambiental tenha começado no início desse mês, as queimadas já vêm ocorrendo há mais tempo, segundo a SDS.
Embora não esteja entre os que mais desmataram, pelo menos neste período, Novo Airão também vem registrando altos índices de expansão de área para loteamento.
"Em Presidente Figueiredo a nossa preocupação também é com as queimadas que danificam as nascentes, em uma cidade que vive do turismo", comentou a secretária. Segundo ela, entre os Km 25 e 43, grande parte da área, até então verde, vem sendo loteada.
Já em municípios como Autazes, Careiro da Várzea e Careiro do Castanho, as queimadas são realizadas para ampliação ou renovação de área de pasto para pecuária. A mesma situação foi identificada em Manaquiri, Rio Preto da Eva e Itacoatiara. Neste final de semana, o Plano Emergencial de Combate às Queimadas realiza novas operações, desta vez, em Maués e Caapiranga.
De acordo com Nádia Ferreira, o Ipaam não tem competência para prender, mas para identificar o ilícito. Esta ação pode ser feita pelo Batalhão Ambiental. Contudo, não há registro de nenhuma detenção por este motivo nos municípios da região metropolitana. A reportagem tentou falar com o comandante do Batalhão Ambiental, George Chaves, mas ele não atendeu às ligações feitas ao seu celular.
FALTA MAIS ESTRUTURA
Representantes de Secretarias Municipais de Meio Ambiente dos 12 municípios psssarão hoje por treinamento sobre fiscalização ambiental. O combate às queimadas nos municípios do entorno de Manaus precisa prosseguir em 2010, com a estruturação das secretarias municipais de meio ambiente e criação de conselhos municipais de meio ambiente. De acordo com dados da SDS, no Amazonas, 48 municípios estão em situação considerada "crítica" em matéria de estrutura na área de meio ambiente. Oito são considerados regulares, três estão no nível bom e apenas três são considerados desejáveis, dentro da categoria do Ministério do Meio Ambiente: Coari, Presidente Figueiredo e Manaus.

CLIMA DE DECISÕES NA COP/15 - COPENHAGUE

Os 192 países representados na Cúpula do Clima em Copenhague (COP 15), na Dinamarca, têm agora até sexta-feira para o que fazer para combater o aquecimento global.
Um rascunho sobre as principais medidas propostas já está em discussão, mas o clima na conferência ainda vai mudar muito, entre nebuloso e bom.
Os países em desenvolvimento, reunidos no G77, taxaram de "insignificante" a proposta da União Europeia (UE) de conceder ajuda de 10 bilhões de dólares, nos próximos três anos, às nações mais pobres, para que enfrentem a mudança climática.
Na verdade, os ricos estão oferecendo menos, queixam-se os representantes das nações em desenvolvimento. Tempos atrás, os europeus haviam anunciado que concederiam uma ajuda de 100 bilhões de dólares, para os países mais pobres e vulneráveis, a título de "adaptação" aos efeitos do aumento da temperatura no planeta.
O texto obtido pela AFP do rascunho oficial de um acordo mundial sobre o clima também prevê limitar o aumento da temperatura do planeta em 1,5º C ou 2,0ºC.
Mas é vago no que diz respeito ao financiamento, e tampouco cita uma data limite para a conclusão de um tratado legalmente vinculante (acordado por todos os países e com valor legal).
Este documento será apresentado aos ministros do Meio Ambiente de todo o mundo, para que seja ratificado no dia 18 de dezembro durante a reunião da qual participarão 110 líderes mundiais.
NOVAS REUNIÕES
Se tudo sair bem, um acordo político em Copenhague seria seguido por reuniões, em 2010, sob a Convenção Marco da ONU, sobre Mudanças Climáticas, integrada por 194 países, para decidir detalhes importantes.
O pacto global entraria em vigor a partir de 2013, depois de expirados os compromissos do Protocolo de Kioto.
O rascunho foi apresentado pelo Grupo de Trabajo ad hoc sobre Ação de Cooperação a Longo Prazo. O texto inclui vários parênteses, que põem em evidência os desacordos entre vários participantes.
"As partes vão cooperar para evitar mudanças perigosas do clima, em manter os objetivos últimos da Convenção, reconhecendo (a opinião científica geral) de que o aumento da temperatura média mundial sobre os níveis pré-industriais não deva ser superior a (2ºC) (1,5ºC)", afirma o documento, de sete páginas, e que será utilizado a partir de agora omo base das negociações nesta semana decisiva.
FONTE: Notícia publicada no Jornal A Crítica/Manaus em 13 de dezembro de 2009

sábado, 12 de dezembro de 2009

NOTÍCIAS DA COP-15/COPENHAGUE

A Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, iniciada no dia 7 de dezembro/2009 recebeu representantes do Brasil, cuja delegação conta com mais de 600 pessoas. O grupo é composto por representantes dos governos federal, municipal, estadual, além de parlamentares, empresas, ONGs e movimentos sociais.
A comitiva do governo brasileiro será coordenada pela Ministra Chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, que deverá estar acompanhada por outros ministros de Estado. Cada ministério conta ainda com um grupo técnico restrito, formado por diplomata e assessores especiais, conforme registrado no www.cop15brasil.gov.br.
Vale salientar que as delegações e demais representantes seguem separadamente, ou seja, de acordo com os eventos paralelos do Brasil na COP-15. No dia de ontem (11/12) o Fundo Amazônia apresentou "Uma aplicação prática de incentivos para projetos REDD", cujo palestrante - BNDES. Houve também um debate "Brasil e o Mundo nas Mudanças Climáticas", com Marco Fujihara/especialista em M.Climáticas da Fiesp e Eduardo Athayde da Worldwatch Institute.
Assim e dessa forma, os trabalhos vão sendo apresentados no Espaço Brasil, localizado no Hall C7, no Bella Center, onde estão sendo realizados diversos eventos paralelos; desde debates, palestras, seminários e apresentações de painéis.
O Jornal ACrítica publicou hoje (11/12) - ANTONIO XIMENES - enviado especial
Os recursos para combater os efeitos das mudanças climáticas devem ser da ordem de US$ 200 bilhões anualmente. É com este valor que o presidente do LCA (gupo que discute as ações de longo prazo da Convenção do Clima), Michael Zammit Cutajar, trabalha como principal base para ser colocado no texto, que será apresentado hoje, as 8h na Dinamarca (3h em Manaus), aos 192 países que participam da COP 15, onde cada nação tem um voto e tudo tem que ser aprovado por consenso. "Duzentos bilhões de dólares/ano refletem as posições de vários estudos de instituições sérias, que acho que podem ser considerados com uma ordem razoável para o texto que será apresentado às Partes, amanhã (hoje)", afirmou o embaixador Luiz Alberto Figueiredo, negociador chefe do Brasil e vice-presidente do LCA.
O texto, que foi preparado até altas horas de ontem para ser aceito por todos os países, precisa ser uma verdadeira obra de arte da diplomacia mundial, mas o desafio é grande e os esforços são de dois anos e oito rodadas, desde a COP de Bali em 2007.
Sem dúvida, o principal desafio é o de chegar a números que possam ser aceitos pelos países desenvolvidos, que são, em linhas gerais, os que pagam a conta. Vale destacar, no entanto, que foram eles os principais responsáveis pelo aquecimento global, em função de suas economias altamente poluentes.
Mas, se de um lado existe a boa vontade de se encontrar valores de longo prazo razoáveis para enfrentar os efeitos devastadores das mudanças climáticas, de outro, as nações desenvolvidas insistem em agir no curto prazo, como a criação de um fundo de US$ 10 bilhões, que seriam repassados às nações em desenvolvimento até 2012.
SAIBA MAIS - KYOTO:
- Como se não bastassem as complicações de natureza financeira, os países ricos querem acabar com o Protocolo de Kyoto. Isso acontecendo, as contribuições que eles deveriam fazer na segunda etapa do Protocolo (pós 2012) não seriam necessárias.
Ontem, mais de cem manifestantes protestaram na sede do Bella Center contra esta postura das nações desenvolvidas. Com este cenário, o secretário executivo da ONU para o Clima, Yvo de Boer, tem muito a se preocupar, porque a COP 15 encerra no dia 18.
A esperança está nos chefes de Estado que começarão a chegar no domingo. Por essa razão que um "texto guia" é fundamental para encurtar distâncias.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

JÁ COMEÇOU: COP-15 - SOBRE MUDANÇAS CLIMÁTICAS EM COPENHAGUE

Hoje, dia 10 de dezembro de 2009, estamos no quarto dia de negociações sobre Mudança Climática (COP 15) em Copenhague. Com certeza, no ano de 2008 e 11 meses de 2009 intesificaram-se os estudos, pesquisas, convocações e preparação de todas as nações para o grande encontro na Conferência da ONU sobre o clima.
Para melhor conhecimento dos acadêmicos e demais interessados, estarei passando matérias para estudos e pesquisas, de vários sites relacionados ao meio ambiente.
Com certeza, estarei registrando a procedência ou fonte das matérias que a mim não pertencem e ao mesmo tempo, devo ressaltar, que há necessidade de copiá-las na íntegra para não entrar-mos em desacordo com os acontecimentos registrados por estudiosos, pesquisadores, professores, ambientalistas credenciados e sites de renome nacional e internacional, com os quais só temos a aprender e nos sensibilizarmos de uma vez por todas sobre a realidade do nosso planeta.
Conforme a Revista Digital Envolverde, em 07/12/2009 (COP-15: Agora é a hora!) - líderes de todo o mundo estão agora envolvidos nesta oportunidade única para atuar em prol de um acordo internacional justo sobre o clima, no intuito de ajudar a salvar o planeta de uma ameaça devastadora, o aquecimento global.
A 15ª Conferência das Partes (COP-15) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima é considerada o encontro mais importante do mundo desde o final da Segunda Guerra Mundial. Nele, os governos tentarão chegar a um acordo sobre o que precisa ser feito em relação ao clima do planeta, que está mudando rapidamente.
Integrante da Rede WWF, que instigou uma grande cruzada para reunir especialistas, informações e argumentos necessários para obter os resultados que se busca em termos de políticas globais para o clima, o WWF-Brasil acompanha ao vivo, por intermédio de sua equipe, as discussões na Dinamarca. Durante todo esse ano, a instituição contribuiu para conscientizar as pessoas sobre os impactos e as consequências das mudanças climáticas, além de apoiar diversas iniciativas para ajudar os cidadãos a chamar a atenção dos líderes mundiais para o que está em jogo nesse encontro internacional.
"Estamos diante de uma oportunidade única para mostrar que política e a ciência podem andar juntas. A despeito das dificuldades e dos imensos desafios ao multilateralismo, esperamos que as negociações possam indicar o caminho para uma economia global de baixo carbono, mais harmoniosa como o meio ambiente e justa às necessidades das populações", enfatizou Denise Hamú, Secretária Geral do WWF-Brasil.
Fonte: Envolverde/WWF- desenvolvido por AW4 Tecnologia

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

HISTÓRIA DO DIA NACIONAL DA CONSCIÊNCIA NEGRA

Esta data estabelecida pelo projeto lei número 10.639, no dia 9 de janeiro de 2003. Foi escolhida a data de 20 de novembro, pois foi neste dia, no ano de 1695, que morreu Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares.
A homenagem a Zumbi foi mais do que justa, pois este personagem histórico representou a luta do negro contra a escravidão, no período do Brasil Colonial. Ele morreu em conbate, defendendo seu povo e sua comunidade. Os quilombos representavam uma resistência ao sistema escravista e também uma forma coletiva de manutenção da cultura africana aqui no Brasil . Zumbi lutou até a morte por esta cultura e pela liberdade do seu povo.
IMPORTÂNCIA DA DATA
A criação desta data foi importante, pois serve como um momento de conscientização e reflexão sobre a importância da cultura e do povo africano na formação da cultura nacional. Os negros africanos colaboraram muito, durante nossa história, nos aspectos políticos, sociais, gastronômicos e religiosos de nosso país. É um dia que devemos comemorar nas escolas, nos espaços culturais e em outros locais, valorizando a cultura afro-brasileira.
A abolição da escravatura, de forma oficial, só veio em 1888. Porém, os negros sempre resistiram e lutaram contra a opressão e as injustiças advindas da escravidão.
Vale dizer também que sempre ocorreu uma valorização dos personagens históricos de cor branca. Como se a história do Brasil tivesse sido construída somente pelos europeus e seus descendentes. Imperadores, navegadores, bandeirantes, líderes militares entre outros foram sempre considerados heróis nacionais. Agora temos a valorização de um líder negro em nossa história e, esperamos, que em breve outros personagens históricos de origem africana sejam valorizados por nosso povo e por nossa história. Passos importantes estão sendo tomados neste sentido, pois nas escolas brasileiras já é obrigatória a inclusão de disciplinas e conteúdos que visam estudar a história da África e a cultura afro-brasileira.
Neste site veja também:
  • Quilombos
  • Escravidão

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

DIA NACIONAL DA CONSCIÊNIA NEGRA - III

AVALIAÇÃO DAS AÇÕES E POLÍTICAS PÚBLICAS E DESENVOLVIMENTO PARA A PROMOÇÃO DA IGUALDADE RACIAL
Na história de construção das políticas públicas do Brasil, nunca foram contempladas políticas voltadas à promoção de igualdade das condições de vida dos grupos discriminados, do ponto de vista racial e étnico, particularmente no atendimento às necessidades dos negros e indígenas, o que passou a ser questionado no final de 1970.
No século passado, a ONU (Organização das Nações Unidas) organizou um amplo ciclo de conferências mundiais versando sobre diversos temas fundamentais para a humanidade: o meio ambiente, os direitos humanos, os direitos da mulher, o combate ao racismo, entre outros. Somando-se a outros processos, o Brasil rornou-se signatário de vários acordos internaionais, comprometendo-se com a prevenção e erradicação do racismo e do preconceito racial. Destaca-se a Convenção Internacional Sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação como sendo um dos mais abrangentes documentos.
Em 2001, no que diz respeito a igualdade racial, há uma atualização dos compromissos assumidos pelo Brasil anteriormente, com a participação na e Intolerância Correlata, realizada em Durban - África do Sul. Nesse contexto, amplia-se o debate e o reconhecimento das desigualdades e dos conflitos raciais e étnicos, e os Estados-Nações signatários da Declaração de Durban passam a responsabilizar-se pela implantação e implementação do Programa de Ação de Durban.
Apesar de o tema ter surgido em conferências anteriores, é na 3ª Conferência Mundial Contra o Racismo que essa questão foi aprofundada, dentro e fora do Brasil. O Plano de Ação de Durban é composto de 5 partes: 1) Origens, causas, formas e manifestações contemporâneas de racismo, discriminação racial, xenofobia e intolerância correlata; 2) Vítimas de racismo, discriminação racial, xenofobia e intolerância correlata; 3) Medidas de prevenção, educação e proteção visando à erradicação do racismo, da discriminação racial, da xenofobia e da intolerância correlata nos âmbitos nacional, regional e internacional; 4) Estabelecimento de remédios, recursos, reparações e outras medidas eficazes em âmbito nacional, regional e internacional; 5) Estratégias para alcançar a plena e efetiva igualdade, abrangendo a cooperação internacional e o fortalecimento da ONU e de outros mecanismos internacionais na luta contra o racismo, discriminação racial, xenofobia e intolerância correlata.
O Plano de Ação de Durban conclama os Estados nacionais a realizarem ações anti-racistas nos campos da legislação, na repressão aos atos e atitudes racistas, na coleta de indicadores socioeonômicos sobre os grupos raciais e étnicos da população, do emprego, da saúde e do meio ambiente, no processo de tomada de decisões políticas, nas agremiações partidárias, na adoção de medidas eficazes de sensibilização contra o racismo e o preconceito racial, no terreno do direito, à educação, na importância da educação em direitos humanos, no acesso à mídia, informação e comunicação e no âmbito internacional.
Segundo o Relatório do Desenvolvimento Humano de 2004, os quase 200 países do mundo incluem em torno de 500 grupos étnicos; apenas 30 países não têm uma minoria étnica e religiosa que constitua pelo menos 10% da população. Estima-se que quase 900 milhões de pessoas - um sétimo da população mundial - fazem parte de algum grupo discriminado em seus próprios países. O relatório apontou que, dessas, cerca de 518 milhões sofrem de algum tipo de discriminação e/ou segregação sistemática derivado de motivos religiosos, raciais ou étnicos.
Nesse sentido, compete ao Governo Federal - observados os limites institucionais do Poder Executivo - desenvolver mecanismos para assegurar a eficácia dos direitos de cidadania plena. O governo brasileiro está colocanto em prática os marcos e princípios políticos de Durban, que buscam reafirmar ou alterar o posicionamento do Estado brasileiro, reconhecendo:
  • A imensa dívida histórica junto às populações negras e indígenas pelos séculos de massacre, escravidão e descaso perante o destino dessas populações. A escravidão é então considerada, como crime contra a humanidade, assim como o tráfico de escravos, as ações de escravização de indígenas;
  • A dívida para com a minoria étnica cigana, por ter se omitido no que diz respeito aos esteriótipos sobre esses grupos no interior da sociedade civil, bem como pelos poucos esforços para incorporar plenamente à sociedade brasileira as populações descendentes desse grupo, especialmente no que tange ao acesso aos registros de nascimento e identificação; ao acesso à escola;
  • A composição da sociedade brasileira como multicultural, multirracial e pluriétnica;
  • Os povos indígenas como sujeitos coletivos de direito e não mais como tutelados;
  • O patrimônio cultural negro e indígena, construído ao longo da história da humanidade, como fundamental à formação da cultura do país, devendo ser considerado tão importante quanto as contribuições de origem européia no processo de formação da identidade nacional;
  • A gravidade do anti-semitismo e islamofobia crescentes em várias partes do mundo, assim como a emergência de movimentos racistas e violentos baseados no racismo e em ideais discriminatórias contra as comunidades judaicas, muçulmanas e árabes;
  • A dívida histórica do Estado com os povos ciganos, no que diz respeito à constante violação dos direitos humanos, que se manifesta na existência de esteriótipos negativos, preconceitos e nas várias formas de discriminação das minorias ciganas pela população majoritária nacional, sem a efetividade de políticas específicas voltadas para minorias étnicas;
  • A composição diversa da sociedade brasileira como multicultural, multirracial e pluriétnica.
  • Que o Brasil, por seu exemplo de integração e convívio pacífico entre comunidades de origem árabe-palestina e judeus, deve empenhar-se em favor do processo de paz no conflito entre israelenses e palestinos, com vistas a uma solução pacífica, justa, abrangente e duradoura para a questão, baseada no respeito aos direitos humanos e ao direito humanitário internacional por todos as partes e no pleno exercício do direito de autodeterminação do povo palestino, com a criação de um Estado Palestino independente e viável, coexistindo e desenvolvendo-se lado a lado pacificamente com o Estado de Israel.
  • É inegável que os resultados da Conferência de Durban intensificaram as políticas de promoção da igualdade racial no Brasil, somando-se a impulsos dados anteriormente pela ação persistente do movimento negro perante o governo brasileiro. Nesse período, as iniciativas governamentais tiveram como referência dois documentos: O PLANO NACIONAL DE DIREITOS HUMANOS e o PROGRAMA NACIONAL DE AÇÕES AFIRMATIVAS.
  • Como resultante desse processo, na gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi criada em 21 de março de 2003, a Sepir (Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial). Essa secretaria, órgão de assessoramento à Presidência da República, com status de ministério, tem por objetivo concretizar o "Programa Brasil sem Racismo" (documento da campanha de 2002), que indica o compromisso de que a superação das desigualdades raciais deve integrar o núcleo central do desenvolvimento de políticas de combate à pobreza e de distribuição de renda, bem como a necessidade de instituir parâmetros de avaliação quali-quantitativos de desenvolvimento social e econômico, que incorpore a superação das desigualdades raciais como componentes interdependentes dos indicadores de qualidade de vida.

DIA NACIONAL DA CONSCIÊNCIA NEGRA - II

Matéria para leitura que recebi no 1º CONAPIR (em 2005): AS DESIGUALDADES RACIAIS NO BRASIL
Este material torna-se interessante e imprescindível em qualquer época para acadêmicos e demais interessados.
1- Uma das maiores injustiças cometidas contra as populações negras, indígenas e ciganas no Brasil diz respeito à sistemática lacuna no que se refere às informações demográficas sobre as desigualdades raciais em nosso país. Dos 11 recenseamentos gerais da população realizados entre 1872 e 2000 no Brasil, em três (1900,1920 e 1970) a variável raça/cor, pelos mais variados motivos, não foi sequer incluída no campo do questionário de pesquisa. Nos três últimos recenseamentos demográficos, realizados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em 1980,1991 e 2000, a variável raça/cor foi excluída do universo da pesquisa, somente tendo sido incluída no questionário por amostra (respondido por cerca de 10% da população). A PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), também realizada pelo IBGE, somente incluiu cor/raça no interior do corpo básico do questionário no ano de 1987, 20 anos após o começo do levantamento. Outra lacuna, atingindo idretamente os ciganos, diz respeito ao nosso censo que classifica as pessoas segundo cor/raça e etnia e povos indígenas. Ressalta-se, ainda, que não há controle sobre a soma dos grupos raciais por que não há precisão na coleta de dados, oq que cria dificuldades para a identificação dos diversos setores da população. Segundo o Censo Demográfico de 2000 o Brasil é formado por 169.799.170 pessoas. Desses, 83.576.015 são homens e 86.223.155 são mulheres. A composição racial brasileira tem a seguinte configuração: 53,4% são brancos; 38,6% pardos; 6,1% pretos; 0,5% amarelos e 0,4% indígenas. Assim, a soma dos cidadãos que se declararam negros (os pretos e pardos) representa 44,7% da população de nosso país, cerca de 80 milhões de brasileiros. (lembre-se que estes dados foram dados no ano de 2005. Hoje há diferença).
2- A população indígena era constituída por mais de 1000 povos chegando a somar em torno de 4 (quatro) milhões de pessoas. Hoje é composta por cerca de 220 povos que falam mais de 180 línguas diferentes.
3- A Constituição da República Federativa do Brasil, promulgada em 1988 configura-se como uma das mais avançadas do mundo e é um grande espelho de normatização das relações sócio raciais, demonstrando como um dos objetivos fundamentais "promover o bem de todos, sem preconceito de origem, raça, cor, sexo, idade e quaisquer outras formas de discriminação".
Ainda o artigo 4º, VIII, versando sobre as relações internacionais, repudia o terrorismo e o racismo; o artigo 5º, XLI, afirma que "a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades individuais"; o artigo 5º, XLII, assegura que "a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão nos termos da lei"; o artigo 7º, XXX, estabelece a "proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil"; e, por fim, o artigo nº 227 afirma ser dever da família, do Estado e da sociedade assegurar à criança e ao adolescente a proteção de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
4- A Constituição também estabelece, no artigo 68 do Ato das Disposições Transitórias, define aos Remanescentes das Comunidades de Quilombos o direito a propriedade de suas terras, sendo considerado mais um importante instrumento jurídico para fundamentar a construção de uma política fundiária baseada no princípio de respeito aos direitos territoriais dos grupos étnicos e minoritários.
5- No que diz respeito aos povos indígenas, esta mesma Constituição, provocou uma ruptura no processo de ocultação e invisibilidade das populações indígenas, o que traz mudanças jurídico-formais. Ao conceber que essas pessoas e suas sociedades configuram diferentes étnico-culturais, parte-se do reconhecimento indissociável dos índios e de suas organizações sociais, seus usos, costumes, tradições, direito ao território, à educação especial e capacidade postulatória. No parágrafo 1º do artigo 231 da Constituição Brasileira, é dito que as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios passam a ser definidas como sendo aquelas "por eles habitadas em caráter permanente, as utilizadas para suas atividades produtivas, as imprescindíveis a preservação dos recursos ambientais necessários a seu bem-estar e as necessárias a sua reprodução física e cultural, segundo seus usos, costumes e tradições". Esses territórios, segundo o inciso XI do artigo 20 da Constituição Federal, "são bens da União" e que, pelo parágrafo 4º do artigo 231, são "inalienáveis e indisponíveis e os direitos sobre elas imprescritíveis".
6- Em momentos posteriores a Lei nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989 (a Lei Caó), passou a definir os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor, regulamentando o artigo 5º, XLI, da Constituição de 1988. A Lei nº 9.459, de 13 de maio de 1997, entre outros tópicos, trata do crime de racismo por injúria.
7- Como já foi dito anteriormente, nosso arsenal legal é bastante amplo e avançado, ocupando-se da igualdade nos direitos individuais e políticos (de que seria exemplo a liberdade religiosa), dos direitos sociais, direitos educacionais, direitos culturais, entre outros, porém, as estatísticas indicam que tais direitos estão longe de serem cumpridos.
8- É recente a realização, por parte dos órgãos públicos, de análises sobre os indicadores das desigualdades raciais, que revelaram o tamanho do abismo separando as condições de vida dos grupos racicis e étnicos do Brasil. Neste sentido, podemos citar alguns exemplos:
NA ÁREA EDUCACIONAL - A expansão da rede de ensino fundamental apresentou efeitos proporcionalmente mais favoráveis aos negros que aos brancos. Assim, entre 1991 e 2000, a taxa bruta de frequência dos brancos ao ensino fundamental, passou de 105,3% para 120,6%. Já entre os negros os índices passaram de 95% para 128%. Esse conjunto de indicadores expressa um sistema educacional discriminatório produzindo uma realidade singular para os alunos e alunas negros:
a) a entrada precoce no mercado de trabalho; b) a baixa qualidade do ensino público, onde se concentra a maioria dos estudantes afrodescendentes; c) a imposição de um conteúdo programático que não valoriza o universo dos afrodescendentes e, portanto, não estimula a elevação de sua auto-estima; d) a presença do racismo e do preconceito em sala de aula e no ambiente escolar, que reduz o estímulo à continuidade dos estudos.
No que diz respeito às populações indígenas, além da necessidade de recursos compatíveis necessários à efetiva escolarização destes grupos, é muito importante a preservação do bilinguismo nas escolas onde estudam as crianças vinculadas a essas etnias.
NA ÁREA DE TRABALHO - Considerando que as taxas de desemprego, de informalidade e de precarização são mais elevadas para os negros, e que a renda média mensal percebida por esse grupo racial é substancialmente menor, é de se esperar que o percentual de negros que contribui para a previdência oficial também seja menor. De fato, em 2001, de acordo com dados da PNAD/IBGE o percentual de negros ocupados, com 16 anos ou mais, que contribuia para a previdência era de 39%. Esse percentual, no entanto, saltava para 54% entre os brancos.
Depois vem os dados de pobreza e com estes exemplos pode-se refletir a profunda desigualdade social brasileira, tendo como foco as questões raciais e étnicas. No entanto, o debate e a ação sobre as desigualdades sociais e políticas, bem como sobre a intensidade da pobreza e da miséria, não tem sido levados em consideração ao longo da história de nosso país. Isso dificulta uma análise mais profunda sobre as causas dessas desigualdades, e contribui para perpetuar as extremas injustiças sociais, étnicas e raciais; para reduzir a eficácia das políticas públicas na área social; e para manter a falta de compromisso da opinião pública com medidas de superação das severas privações sociais vivenciadas por amplos setores da população.
Sem esquecer que as discriminações afetam outros grupos étnicos e de diferentes nacionalidades e que também carregam estigmas associados a sua origem, hábitos e religiões. É o caso dos judeus, palestinos e dos ciganos, ainda hoje vitimados por múltiplas formas de preconceito derivados de antigas superstições, lendas e incompreensões acerca da sua dinâmica social. No entanto, estas discriminações não se apresentam da mesma maneira para todos os grupos, portanto, devem-se analisar caso a caso.
Dessa forma, é possível afirmar que essa realidade histórica não contribui para o fortalecimento do sistema democrático, pois cremos que não há democracia com a existência de racismo.

domingo, 22 de novembro de 2009

DIA NACIONAL DA CONSCIÊNCIA NEGRA - I

Olá amigos! No Dia Nacional da Consciência Negra, saí da minha casa e fui procurar a natureza bem distante, lugar calmo e tranquilo para refletir sobre os preconceitos e desigualdades sócio-raciais e étnicas construídas ao longo da história brasileira.
Lembrei-me que em 2005 participei da 1ª Conferência Estadual e Municipal de Políticas de Promoção da Igualdade Racial - CONAPIR. A Municipal foi em fevereiro e a Estadual em abril do mesmo ano. Não participei da Conferência Nacional (em Brasília) que se realizou entre maio/junho de 2005.
Tenho o costume de guardar apontamentos e material didático de todas as Conferências, Congressos, Fóruns, dentre outros. Acredito ser importante passar para os colegas acadêmicos e interessados um pouco do que aprendi.
Nesta época a Secretária Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial era Matilde Ribeiro e também fazia parte da Comissão Organizadora dos Eventos, que envolveu organizações governamentsie, não governamentais e segmentos étnicos raciais e sociais representados pela população negra, indígena, árabes, ciganos, judeus, umbandistas e demais grupos socialmene discriminados na sociedade manauara e brasileira, com o objetivo de apontar diretrizes que viessem a permitir, no campo das políticas públicas e contribuir com a construção de um Plano Nacional da Promoção da Igualdade Racial.
REFLEXÃO SOBRE A REALIDADE BRASILEIRA
Discriminação Racial Pós - Escravidão
1- O fim do sistema escravista no Brasil impôs a alteração do regime jurídico dos antigos escravizados, abrindo caminho para a construção do reconhecimento da sua igualdade formal diante dos demais cidadãos brsileiros. Entretanto, a abolição da escravatura no Brasil foi um verdadeiro golpe às aspirações da população afrodescendente, pois foi instituída por meio de uma medida cujo conteúdo, resumido a dois parágrafos, simplesmente decretava extinta a escravidão, revogando as disposições em contrário. A abolição não trouxe consigo a perspectiva de libertação com plena inserção dos descendentes de escravos na sociedade como um todo, isto é, no mercado de trabalho, no sistema educacional, no acesso à moradia digna e à posse da terra.
2- Com base na ideologia do branqueamento, a elite escravocrata traçou estratégias para diminuir o peso da presença negra na população brasileira no século 19. Atendendo a demandas das elites cafeicultoras, o Estado, entre 1884 e 1913, estimulou o ingresso de 2,7 milhões de europeus no Brasil. Ou seja, em 29 anos, a quantidade de europeus que entraram no país representou cerca de 70% do total de africanos que haviam ingressado como escravos entre os séculos 16 e 19.
3- O projeto de branqueamento previa, progressivamente, a assimilação e dizimação da população negra, assim como da população indígena. Tais grupos sociais, associados ao passado escravista, deveriam ser eliminados durante a modernização brasileira, para que a nação se tornasse ocidental e branca. Somente assim, segundo a visão escravocrata, o país estaria habilitado ao desenvolvimento econômico e ao progresso. No entanto, esse projeto não se concretizou. Com uma população negra estimada em 80 milhões, o Brasil até o ano de 2005 era considerado a segunda maior nação negra do mundo fora do Continente Africano, sendo a primeira a Nigéria com cerca de 136 milhões de habitantes. A presença dessas populações ainda demonstra a resistência material, física e espiritual dos descendentes escravos e escravas.
4- No início do século 20, as organizações do movimento negro viram-se isoladas em relação às demais frentes co-irmãs de luta, tal como os movimentos operários e camponeses, não obstante o fato de diversas vezes as bases dessas categorias serem formadas por uma grande quantidade de afrodescendentes. No decorrer do século, as frentes de luta se aproximaram. O processo de modernização do país, especialmente no período posterior aos anos de 1930, foi marcado pelo mito da democracia racial, que reduziu drasticamente a visibilidade das reivindicações da população afrodescendente. Ocorreu uma espécie de naturalização dos problemas coletivos dos negros neste período, que passaram a ser encarados pela opinião pública como resultantes das desigualdades sociais ou então como casos a serem solucionados pela polícia.
5- Embora invisibilizadas, as organizações do movimento negro tiveram um papel muito relevante nos debates sociais e políticos. Enfrentando toda sorte de incompreensões, desde os períodos próximos à abolição da escravidão, fundaram importantes organizações de combate ao racismo, como a "Frente Negra Brasileira", a "União dos Homens de Cor", o "Teatro Experimental do Negro" e as formas de luta e resistência das centenas de comunidades quilombolas e de comunidades religiosas de matriz africana espalhadas por todo território nacional. A atuação do movimento negro nos anos 1970 foi fundamental para a definitiva destruição moral do mito da democracia racial. As organizações foram reconstruídas, ainda na ditadura militar, sob a influência dos movimentos pelos direitos civis nos EUA e dqas lutas de libertação nacional dos peíses no Continente Africano.
6- Na atualidade, o combate ao racismo e à discriminação está na agenda de centenas de organizações do movimento social negro, tais como a Conen (Coordenação de Entidades Negras); o MNU (Movimento Negro Unificado); a Coordenação Nacional de Remanescentes de Quilombos, dentre outros, e em diversos campos de atuação, como, por exemplo, juventude negra, religiões de matriz africana, mulheres negras, artístico-cultural, político-partidário, sindical, dentre outros e de setores expressivos do movimento social brasileiro. Reunidos em grupos, entidades e organizações não governamentais, os integrantes do Movimento Negro estruturam Fóruns locais, regionais e nacionais que visam, em última instância, a efetiva organização da população negra.
7- É importante ressaltar o protagonismo das mulheres negras no processo organizativo desde o período da escravidão. Nas últimas décadas, são elas que trazem para a cena política um universo de questões ressaltando a discriminação de gênero e raça e os efeitos perversos para as mulheres negras, o que as mantém em situação socialmente mais vulnerável do que os homens. Assim, formaram-se também várias estruturas organizativas, como: a Articulação de Organizações de Mulheres Negras, o Fórum Nacional de Mulheres Negras, entre outras.
8- Um dos principais fundamentos da moderna identidade do povo brasileiro foi o mito da democracia racial. Segundo ele, a formação da sociedade brasileira sofreu a influência genética e cultural de três povos: portugueses, indígenas e negros, resultando numa sociedade mestiça. Tal origem explica a tolerância ao convívio aparentemente pacífico entre os brasileiros, desconsiderando-se os conflitos inerentes às relações inter-raciais marcadas pela supremacia da população branca.
9- O mito da democracia racial serviu ainda como um meio de naturalização de tradicionais paéis raciais ocupados pelos distintos grupos de raça/cor em nossa sociedade. Configurando um modelo de relações sociais pronunciadamente desiguais, em cuja pirâmide social os negros, negras, índios e índias permanecem ocupando as piores posições.
10- Classificar a democracia racial como mito, implica dizer que a visão ideológica de uma escravidão benigna e de uma sociedade harmoniosa do ponto de vista do contato inter-racial não corresponde à realidade social e histórica. No passado, ao contrário de um modelo de escravidão suave, tivemos um sistema escravista extremamente perverso, violento e rude.
11- A partir de 1980, com o aumento da concentração de renda ocorrido no período do milagre econômico e a persistência de múltiplas formas de preconceito e discriminação racial, foram produzidas novas e importantes inflexões no debate brasileiro sobre as relações entre brancos e negros. A isso se soma a crise do modelo desenvolvimentista a redemocratização do país, aliada à precariedade das condições de vida de amplos setores da população, que impulsionaram ainda mais para o fortalecimento das organizações do movimento negro, bem como a ampliação de seu arco de aliados no interior dos partidos políticos, na mídia e no conjunto da sociedade civil brasileira.
12- Assim, o Movimento Negro e o Movimento de Mulheres Negras, desde o 1º Encontro de Mulheres Negras realizado em 1988, em Valença (RJ), têm desempenhado uma ação fundamental na denúncia do mito da democracia racial e na elaboração de propostas de políticas públicas que contribuam para a alteração do quadro de exclusão, desigualdade e opressão, não apenas racial, mas também de gênero. O potencial de luta e de mobilização social dessas organizações tem importância histórica imensurável.
13- Em 1995, temos como marco a "Marcha Zumbi dos Palmares contra o Racismo, pela Cidadania e a Vida", realizada no ato de tricentenário da morte de Zumbi dos Palmares, onde cerca de 30 mil manifestantes estiveram presentes em Brasília, para a entrega ao Presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, do Programa para Superação do Racismo. As recomendações contidas no documento evidenciam que para a superação das desigualdades raciais, étnicas, de gênero, a busca pela eliminação de todas as formas de preconceito, discrimação e segregação racial; bem como a construção de uma sociedade mais justa e equilibrada no plano racial, necessita-se de uma ação global pela qual toda a sociedade é responsável. Inequivocamente, trata-se de uma tarefa que exigirá um papel extremamente importante, a ser desempenhado pela própria população afetada (negros, mulheres, indígenas, ciganos e demais etnias discriminadas). Ressalta-se, ainda, a importância do empenho dos governos democráticos.
14- O novo projeto de Nação, já construído no Brasil contemporâneo, implica em resgatar de forma crítica nossas mais significativas tradições organizativas em nome da realização de uma ação democrática. Tal projeto não deve se esgotar na fórmula assimilacionista ou enganosa como se deu no passado. Existem outras possibilidades, que valorizem a diversidade e o respeito às diferenças; a igualdade e o combate à exclusão social; que não revalidam moralmente tradicionais papéis sociais tampouco, almejam uma questionável e desnecessária uniformização estética, cultural e política de nosso povo. Uma das principais missões da sociedade brasileira nos dias atuais, especialmente do movimento negro, consiste na preservação do patrimônio cultural afrodescendente, totalmento esento de qualquer influência do mito da democracia racial, contribuindo assim para a construção de um modelo de sociedade justa e sem desigualdades raciais.
FONTE: apontamentos e material didático.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

CARTA DE MANAUS - Cúpula Amazônica de Governos Locais/Documento

Digitada na íntegra conforme publicação na REVISTA ECO - 21/ Edição 155:



Preâmbulo

Os Prefeitos, os Alcaides, autoridades locais, as associações de municípios e líderes de municipalidades reunidos em Manaus, Amazonas, Brasil, por ocasião da Cúpula Amazônica de Governos Locais, realizada de 07 - 10 de outubro de 2009, a fim de discutir a inclusão da Amazônia nas negociações de mudanças climáticas apresentam:
Considerando a importância dos governos locais da Amazônia, patrimônio dos povos dos 9 países que a compartilham, na responsabilidade de protegê-la a serviço das presentes e futuras gerações;
Considerando que as emissões oriundas do desmatamento das florestas tropicais devem ser reduzidas para se evitar o aquecimento global;
Considerando outros instrumentos adotados pelos governos locais em relação às mudanças climáticas globais; entre outros, o Acordo Mundial dos Prefeitos e Governos Locais sobre a Proteção do Clima, lançado em 12 de dezembro de 2007; o Chamamento dos Governos Locais e Regionais às Partes em Copenhague adotado na Cúpula sobre liderança dos Governos Locais na Mudança Climática a 4 de junho de 2009 em Copenhague.
Considerando o disposto na Declaração de Princípios sobre as Florestas reconhecida pelas Nações Unidas na Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (UNICED-92).
Respaldando o trabalho realizado pelo ICLEO - Governos Locais para Sustentabilidade e Cidades e Governos Locais Unidos - CGLU como interlocutores dos governos locais no processo de negociação das partes para os acordos sobre as mudanças climáticas.
Considerando que a redução das taxas de desmatamento constitui a principal contribuição que os países da região amazônica têm a oferecer no esforço global de redução das emissões dos gases de efeito estufa;
Compreendendo que a Amazônia, maior floresta tropical do planeta deve ser reconhecida como fonte de produtos e serviços ambientais e não somente como depositária de estoques de carbono e, acima de tudo, como uma oportunidade de desenvolvimento local sustentável e ecologicamente correto;
Considerando que até 2030 a maior parte da população estará vivendo em cidades e que na Amazônia temos ainda a possibilidade de desenvolver uma harmoniosa integração entre a cidade e a floresta;
Admitindo-se que embora o reflorestamento e o plantio de florestas sejam formas úteis de mitigação de emissões, a preservação das florestas já existentes representa uma oportunidade muito maior em termos da magnitude das emissões, trazendo benefícios ambientais tais como a conservação da biodiversidade, a regulação do clima local e regional, a proteção de mananciais hídricos e dos solos e a preservação cultural de comunidades rurais;
Reconhecendo que a agricultura familiar tem fundamental importância nos processos de mitigação das emissões, de adaptação às mudanças climáticas e na manutenção da agrobiodiversidade, representando assim um vetor valioso para o desenvolvimento sustentável da região amazônica e, portanto, merecedora de instrumentos econômicos para o seu desenvolvimento;
Cientes que os mecanismos multilaterais de negociações e ações para o enfrentamento das mudanças climáticas devem assegurar a transparência, a participação e o controle social, a completude e a consistência de dados, baseados nas referências do IPCC - International Panel Climate Change;
Cientes que a linha base do IPCC deve reconhecer os riscos e as pressões da manutenção de estoques de carbono em uma série histórica;
Destacando a importância que os governos locais desempenham na gestão do território e na interface direta com as comunidades, indispensáveis à eficácia das ações necessárias ao cumprimento dos objetivos almejados de redução das emissões.
Declaram
Ser imperioso avançar na implementação de projetos de Redução de Emissões Decorrentes de Desmatamento e Degradação - REDD que abordam o aspecto sócio-ambiental das reduções das emissões proporcionando benefícios conjuntos para as comunidades e para o meio-ambiente preservado em especial em espaços de predominância florestal e com a participação dos municípios no controle local e na tomada de decisões de forma global por meio da criação do fórum permanente de governos locais da Amazônia.
Ser necessária a formulação de programas de compensação por serviços ambientais aliados ao manejo ou manutenção de cobertura florestal tais como agricultura familiar, manejo florestal, produção de energia oriunda da biomassa, e outros que impliquem na melhoria do desenvolvimento humano das comunidades da região amazônica.
Ser necessária a implementação de políticas e medidas que incentivem a adoção de tecnologias limpas e fontes renováveis de energia e educação ambiental.
Ser fundamental o acesso direto à recursos para o fortalecimento das capacidades locais a elaboração de projetos, produção do conhecimento científico e domínio de tecnologias para o monitoramento embiental.
Ser adequado compreender os mecanismos de mitigação das mudanças climáticas não somente como incentivos econômicos, mas também como transferência de tecnologia, capacitação e apoio para a regulamentação, em especial, a regularização fundiária e remediação dos impactos ambientais causados em áreas já degradadas.
Ser importante a adoção de parâmetros de compensação diferenciados para áreas com diferentes graus de vulnerabilidade e de pressão antrópica e contemplando a sociodiversidade da região e as questões de gênero e inter-geracional, a fim de se estimular a adoção de práticas mais eficientes e sustentáveis.
Ser inadiável o enfrentamento dos impactos associados à expansão urbana e a adoção de medidas que aumentam a proteção dos fragmentos florestais urbanos e das bacias hidrográficas.
Ser indispensável a participação dos governos locais na formulação das políticas regionais, nacionais e internacionais sobre o tema.
Comprometem-se
A adotar metas municipais voluntárias de redução de desmatamento e degradação florestal negociadas com os setores da sociedade, tendo-se como base a série histórica local.
A apresentar à comunidade internacional e aos Governos Nacionais Amazônicos suas iniciativas locais e em rede para o compartilhamento de recursos financeiros, tecnológicos e de capacidades
Deliberam
Que a partir desta data, está constituído o Fórum Permanente de Governos Locais da Amazônia para Mudanças Climáticas e Desenvolvimento Sustentável que permita o intercâmbio de experiências e a solidariedade entre governos, com poder deliberativo e caráter propositivo a ser reconhecido pela Comunidade Internacional e Governos Nacionais.
Que reunirão num prazo de 30 (Trinta) dias para, através de uma Comissão Provisória avaliar, formalizar e regularizar o funcionamento e atuação da Instituição, cuja comissão será composta de 15 (Quinze) membros, a saber:
a) Organizadores da Cúpula: CNM - Confederação Nacional de Municípios (Brasil), AMM - Associação Amazonenses de Municípios e Prefeitura de Manaus.
b) Um representante das associações de municípios de cada um dos 09 (nove) países amazônicos.
c)Um representante da FLACMA - Federação Latino Americana de cidades, municípios e associações de governos locais.
d) Um representante do ICLEI.
e) Um representante das entidades Estaduais dos Municípios Amazônicos Brasileiros.
Recomendam
Aos governos nacionais, por ocasião da 15ª Conferência entre as Partes - Cop-15, a ser realizada em Copenhague de 07 a 18 do mês de dezembro de 2009 para discutir a revisão do Protocolo de Kyoto pós-2012, que:
(1) Seja apoiada a inclusão do mecanismo de Redução de Emissões Decorrentes de Desmatamento e Degradação - REED e REDD-plus como instrumento reconhecido pelo Protocolo para a mitigação das emissões de gases que ocasionam o efeito estufa.
(2) A sistematização das abordagens de implementação dos projetos de REDD obedeçam normas gerais nacionais de validação que estabeleçam a participação das demais esferas de governo e, em especial, o incentivo a participação de governos locais.
Manaus 9 de Outubro de 2009

SUSTENTABILIDADE E MUDANÇAS CLIMÁTICAS

O Brasil, no contexto internacional é um país especial. De um lado, sua matriz energética é das mais avançadas pela forte participação - de quarenta e quatro por cento - das fontes renováveis no suprimento de eletricidade e conbustíveis líquidos. Quase noventa por cento da eletricidade consumida é produzida em hedroelétricas e quase a metade do combustível dos automóveis é etanol da cana de açucar.
Vale salientar que o enfrentamento das mudanças climáticas globais do clima, por sua vez, é o maior desafio que a humanidade enfrenta, não só na área ambiental - muito embora nela esteja à raiz do problema - mas em todas as áreas do desenvolvimento humano, passando pela ciência, pela política e, o mais importante, pela ética. A crise expressa na mudança do clima uma crise ética que se interpõe aos interesses legítimos de gerações atuais de seres humanos, os interesses também legítimos e fundamentais das gerações futuras.
Isso porque já sabemos com certeza absoluta que a continuidade da emissão atualmente verificada de gases de efeito estufa para a atmosfera, devido principalmente à queima de combustíveis fósseis, deixará para as próximas gerações - de nossos filhos e netos - as consequências, já previstas e de doenças tropicais como a dengue, a malária, de salinização das fontes de água potável em áreas de baixa altitude, de aumento dos eventos atmosféricos extremos, como chuvas torrenciais, furacões, tornados, ondas de calor e longos períodos de seca, entre outros efeitos.
E a oposição de interesses, nesse caso não se restringe ao dilema entre o hoje e amanhã, entre a nossa geração e as futuras gerações, mas colocam em lados distintos as pessoas de diferentes sociedades - umas mais ricas e outras mais pobres mais próximas ou mais distantes dos pólos - ou em diferentes classes dentro das mesmas sociedades, sempre com os mais pobres em desvantagens pelo fato de terem menos recursos para se adaptarem às mudanças do clima. Ao mesmo tempo, são os habitantes dos países mais ricos que mais emitem gases de efeito estufa per capta, dado seu maior acesso aos confortos e usos da vida moderna movidos pela queima de combustíveis fósseis ou derivados do petróleo, o gás natural e o carvão mineral.
Infelizmente a maior fonte brasileira de emissão de gases de efeito estufa ainda é o desmatamento. Esse desmatamento que repete a forma de ocupação territorial milenar e importada principalmente da Europa - onde as sociedades atuais foram formadas na derrubada das florestas originais para dar lugar às terras de agricultura - esgotou suas possibilidades na conversão das matas nativa atlântica e de cerrado em cafezais ou canaviais. Muito se tem debatido, discutido e ainda as notícias continuam afirmando que atualmente na Amazônia o que predomina na sequência do desmatamento predatório é a formação de latifúndios para atividades econômicas de baixo retorno social.
Conforme Hamilton Pereira (Secretário de Articulação Institucional e Cidadania Ambiental), as mudanças políticas podem ocorrer em dias; as mudanças econômicas demandam anos; as mudanças sociais exigem décadas; as mudanças culturais requerem gerações. A história do movimento operário e socialista dos últimos cento e cinquenta anos nos ensina essa verdade.
A Senadora Marina Silva (ex- Ministra de Estado de Meio Ambiente) declarou na III Conferência Nacional do Meio Ambiente - MUDANÇAS CLIMÁTICAS, que o Brasil vive um importante momento de mudanças, portanto, devemos enfrentar os desafios do uso sustentável dos recursos naturais no momento em que o País - depois de duas décadas de estagnação - volta a crescer. O novo ciclo de desenvolvimento apresenta para a sociedade brasileira um triplo desafio: acelerar o crescimento inclusivo e distribuidor de renda; preservar e aprofundar as conquistas democráticas dos últimos trinta anos; e incorporar a dimensão da sustentabilidade ambiental que faltou aos ciclos anteriores à cultura do desenvolvimento no Brasil.
Hamilton Pereira reafirmou neste Evento que os países desenvolvidos, o modelo de produção e industrialização adotado, aliado aos padrões de consumo insustentáveis de seus cidadãos, devastou grande parte da biodiversidade do planeta. No ocidente fomos todos educados dentro da perspectiva de que os recursos naturais seriam infinitos, justamente em decorrência desse equívoco que vem se consolidando desde a revolução industrial, sustentado por uma noção de progresso infinito convertida em senso comum pelo modo capitalista de produção, daí estarmos sofrendo hoje os efeitos das Mudanças Climáticas. De certa forma, a humanidade atingiu a era dos limites.
O primeiro grande texto a respeito das questões ambientais e dos limites para o desenvolvimento humano foi publicado em Roma, em 1968. Intitulado "Os Limites do Crescimento", esse texto faz um amplo estudo sobre o consumo e as reservas dos recursos minerais e naturais e os limites de suporte/capacidade ambiental, ou a capacidade de o planeta suportar desgastes e crescimento populacional.
Para Cascino (2000) a produção desse texto teria como objetivo central "examinar o complexo de problemas que afligem os povos de todas as nações: pobreza em meio à abundância; deterioração do meio ambiente; perda de confiança nas instituições; expansão urbana descontrolada; insegurança de emprego; alienação da juventude; rejeição de valores tradicionais; inflação e outros transtornos econômicos e monetários".
Em 1972, em Estocolmo, na Suécia, realizou-se a "Primeira Conferência Mundial sobre Meio Ambiente Humano e Desenvolvimento", que adotou, mediante a Declaração de Estocolmo, um conjunto de princípios para o manejo ecologicamente racional do meio ambiente. Além de incorporar as questões ambientais na agenda internacional, esta Declaração representou o início de um diálogo entre países industrializados e países em desenvolvimento, a respeito da vinculação que existe entre o crescimento econômico, a poluição dos bens globais (ar, água e oceanos) e o bem-estar dos povos de todo o mundo.
Conforme Dossiê sobre Aquecimento Global/2008, demorou bastante para que a humanidade constatasse que estava caminhando para um abismo. Desde a Revolução Industrial há mais de dois séculos, entendia-se que desenvolvimento e crescimento econômico era a mesma coisa e que dependiam do consumo crescente de recursos naturais.
Verificou-se uma realidade óbvia, mas cruel: não há possibilidade de que a fartura, os benefícios e o conforto trazidos por esse modelo de crescimento econômico estejam ao alcance dos países que demoraram em se industrializar. Na prática, isso significa que os países ricos devem buscar fontes de energia menos poluentes, reduzir a produção de lixo e reciclá-lo, além de praticar um consumo consciente, ou seja, repensar quais bens é necessário para uma vida confortável.
Nos países pobres, que têm direito a crescer economicamente, isso quer dizer o desafio de não repetir o modelo predatório e buscar formas de produzir riqueza sem destruir as matas nem contaminar a água.
O conceito de "desenvolvimento sustentável"; aquele que "atende às necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazer as próprias necessidades". Essa definição está no documento "Our Common Future" (Nosso Futuro Comum), conhecido por relatório Brundtland, referência à presidente da Comissão Mundial da ONU sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, Gro Brundtland, que o apresentou em 1987. Nele a ONU diz que "a pobreza absoluta é incompatível com a preservação do meio ambiente".
O desenvolvimento sustentável é, portanto, uma atividade econômica que preserva os recursos para o futuro. Hoje, é um tema indispensável nas políticas de governo, nas discussões de empresas e organizações e na orientação sobre a conduta dos cidadãos.
A Conferênia das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento em 1992, a Eco-92 (também chamada de Rio 92) demonstraram o crescimento do interesse mundial pelo futuro do planeta. Estiveram presentes 178 países e discutiram mecanismos para promover o desenvolvimento sustentável, regras para o uso e proteção da biodiversidade, o combate ao aquecimento global e a soberania sobre florestas.
A Rio - 92 propuseram ainda um acordo sobre alguns princípios básicos, expressos na Carta da Terra que estabelece "a responsabilidade compartilhada de proteger e restaurar a Terra, para permitir o uso sábio e equilíbrio dos recursos naturais".
De acordo com o MMA/Mudanças Climáticas, há uma relação dual entre desenvolvimento sustentável e mudança do clima. De um lado, a mudança do clima influencia importantes condições naturais e humanas e, portanto, também a base para o desenvolvimento social e econômico. Por outro lado, as prioridades da sociedade para um desenvolvimento sustentável influenciam as emissões de gases de efeito estufa causadoras de mudança do clima e as vulnerabilidades.
Diz ainda que as políticas voltadas para o clima possam ser mais efetivas quando consistentemente inseridas nas estratégias para tornar o desenvolvimento global, nacional e regional mais sustentável. Isto ocorre porque os impactos da variabilidade climática e da mudança do clima, as respostas à mudança do clima (incluindo medidas de mitigação e adaptação), e o desenvolvimento sócio-, afetarão a habilidade dos países em atingir os objetivos de desenvolvimento sustentável. Assim como, a busca desses objetivos afetará, por sua vez, as oportunidades para a definição e o sucesso das políticas climáticas.
Espera-se que o reconhecimento da relação dual entre desenvolvimento sustentável e mudança do clima aponte a necessidade de se explorar políticas que tratam simultaneamente desses dois temas. Há vários estudos e programas que exploram o potencial de desenvolvimento sustentável baseado em políticas para a mudança do clima.
FONTES E ESTUDOS:
  • Ministério do Meio Ambiente - MMA/Mudanças Climáticas
  • Legislação Ambiental Brasileira - VEMAQA
  • Revista Aqueimento Global - Dossiê Mudanças Climáticas Global/2008
  • III Conferênia Nacional do Meio Ambiente (fui participante da Estadual/Manaus)

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

ESPÉCIES INVASORAS

No começo é só uma árvore, um pouco de capim, um caramujo ou um coelho. Aos poucos eles se multiplicam e, de repente, tomam conta do ambiente. Assim, de forma silenciosa e, em alguns casos, devastadora, ocorre a invasão biológica de espécies exóticas, considerada hoje uma das principais causas da extinção das nativas. Isso ocorre quando animais, plantas ou microorganismos de um determinado lugar são levados para outro onde não há predadores para limitar sua população. Sem esse controle, eles afetam o ambiente, a economia e a saúde do homem. Algumas das pragas que mais infestam o Brasil são a árvore pinus, o caramujo gigante africano, trazido ao país como iguaria, e o mexilhão, que é transportado na água de lastro dos navios.
Vale salientar que desde que o mundo é mundo, plantas e animais são carregados de um ambiente para outro na natureza, seja por meios naturais, seja pelas atividades inventadas pela civilização. E, na maioria das vezes, essa troca de espécies é inofensiva. Quem se incomoda em ter no fundo do quintal um inocente pé de maçã? Certamente, ninguém. Originária da China, a macieira é uma das tantas espécies exóticas que se adaptaram "silenciosamente" no Brasil, sem provocar danos. Ocorre que, com o uso cada vez mais intenso dos meios de transporte, um pequeno, mais significativo, percentual de espécies exóticas resultou em "barulhentas" invasões biológicas.
Também chamada de poluição biológica, a contaminação ocorre sempre que uma planta, um animal ou um microorganismo, de um outro habitat ocupa determinado ambiente e expulsa espécies nativas. Esta definição é da engenheira florestal Sílvia Renate Ziller, doutora em conservação da natureza, que há seis anos atua no diagnóstico, prevenção e controle de invasões biológicas. "Uma porção bem pequena das exóticas faz um estrago muito grande. Esta não é uma questão de número, e sim de capacidade de invasão e ocupação de território", esclarece a especialista.
As espécies exóticas com potencial invasor são mais competitivas que as nativas porque, entre outros fatores, estão longe de seus predadores naturais. Além disso, elas têm alta capacidade reprodutiva e se adaptam facilmente a outros ambientes, alastrando-se de forma rápida e devastadora.
Em todo o globo, a contaminação biológica é a segunda maior causa de extinção de espécies, atrás apenas da destruição direta de habitats pelo homem - ou seja, é uma forte ameaça à biodiversidade. E mesmo com a existência de leis (Lei de Crimes Ambientais e Código Florestal), além da fiscalização do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), as ações de controle são isoladas e insuficientes.
"Há pouca pesquisa científica e, para agravar a situação, o governo incentiva o cultivo de algumas espécies exóticas. Se houvesse um programa de fomento para as nativas, muita gente plantaria araucária, cedro, embuia", comenta Sílvia Ziller, que, por meio do Instituto Hórus de Conservação Ambiental, de Curitiba, está formando banco de dados sobre as invasões no Brasil.
DO VIRUS À TILÁPIA
Além de afetar o meio ambiente, a contaminação biológica, tem impactos na saúde humana e na economia. O vírus da pneumonia asiática é um exemplo mundial de microorganismo causador a partir de regiões da Ásia. No Brasil, os vírus da dengue (transmitido pelo mosquito Aedes aegypti) e da febre aftosa (que afeta bovinos, caprinos e suínos) são invasores capazes de provocar doenças e abalar diversos setores econômicos.
Na flora brasileira são inúmeros os casos de invasão biológica. Um deles é o do capim annoni (Eragrostis plana), de origem africana, que já devastou grandes áreas de pastagem na Região Sul e deu prejuízos à pecuária gaúcha . O cultivo de peixes exóticos como tilápia (África) e carpa (Japão e China), que leva à redução de populações de peixes nativos, é suficiente para dar uma noção dos estragos na fauna. Mas não é preciso vir de tão longe para incomodar.
As fronteiras de cada ecossistema são mais suscetíveis a invasões do que se imagina. Pelo seguinte motivo: uma espécie pode se tornar invasora não apenas quando originária de outro continente ou país, mas quando transportada de um ambiente natural para outro. Por exemplo, "o nosso tucunaré, peixe nativo da Amazônia, tornou-se invasor quando introduzido na bacia do rio Paraná, causando a morte de peixes daquele exossistema", destaca o biólogo Euclides Tom Grando, coordenador da ONG Liga Ambiental.
RECICLAGEM LITERÁRIA: A partir deste artigo, outros virão, como reciclagem literária (assim denomino) justamente no momento em que vou reutilizar estas revistas educativas e informativas no artesanato (cestaria ou colares). Possuo várias coleções e seria um crime reaproveitá-las sem passar as reportagens ou artigos que interessam a todos e quem sabe não tiveram oportunidade de lê-los. Temos a obrigação de passar Conhecimentos que servem até para preparação em Concursos na área ambiental.
AUTORA: Lara Lima - Agosto/2003 - Revista Galileu

RESÍDUOS SÓLIDOS - RECICLAGEM DE PAPEL DE APARAS

Reciclagem de resíduos é a reutilização, pós-consumo, de determinados resíduos industriais após serem convenientemente reprocessados: embalagens diversas, óleos lubrificantes, papéis, águas servidas, dentre outros.
Existe um resíduo que é o papel de aparas (na verdade uma diversidade de papéis envolvendo papel jornal, papelão, papéis-cartão e outros), que sofrem reprocessamento em uma fábrica de celulose. O produto resultante é um papel escuro de grande resistência, que é utilizado na fabricação de papelão e de caixas para embalagens.
Isto explica a grande quantidade de pessoas catadoras de papel que existe nos grandes centros urbanos que sobrevive da coleta de materiais que podem servir à fabricação do chamado papel de aparas.
A fabricação do papel de aparas é realizada em várias etapas, sendo que na primeira fase é feita uma triagem do material coletado, separando-se trapos e plásticos.
Em seguida, o material selecionado sofre cozimento em alta temperatura visando o desfibramento. Nesta etapa pode-se juntar alguma celulose, que serve para dar maior consistência às fibras.
O produto resultante ("colchão") é processado em um equipamento laminador (máquina de papel) que produz o papel de aparas.
Na produção exige-se muita água, que nas fábricas mais modernas é recirculada, minimizando, em consequência, a geração de águas residuárias.
Os despejos resultantes necessitam, entretanto, ser tratados através de métodos biológicos de depuração.
Na verdade, a produção de papel de aparas é também uma forma de reciclagem de resíduos e, consequentemente, ajuda a proteger o meio ambiente.
VOVÊ SABIA...
  • Que uma tonelada de alumínio reciclado poupa a extração de cinco toneladas de bauxita?
  • Que, com a reciclagem do alumínio, o consumo de energia pode ser reduzido em até 95%?
  • Que 90% dos lixos nos escritórios são compostos de papel reciclado?
  • Que cada tonelada de papel reciclado substitui o plantio de até 350 metros quadrados de monocultura de eucalipto?
  • Que, com a reciclagem de uma tonelada de papel, economiza-se 20 mil litros de água e 1.200 litros de óleo combustível?
  • Que uma garrafa de vidro abandonada no meio ambiente hoje estará na superfície da terra no amo 4000?
  • Que 35% do papel produzido no Brasil nos últimos 20 anos são originados de matéria-prima reciclada?

Fonte: ABB - Guarulhos/SP

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

RESERVAS PARTICULARES DO PATRIMÔNIO NATURAL - RPPN´s

Como este blog foi idealizado para acadêmicos de Turismo/Meio Ambiente e Responsabilidade Social, sinto-me na responsabilidade de passar material para pesquisa tal qual o autor(es) escreveu, como também resumos, artigos, entrevistas, enfim, tudo para ajudá-los nos trabalhos e ainda para trocar-mos idéias, sugestões, debates, entre outros.


Em março de 2007 participei de um Seminário sobre Reservas Privadas do Estado do Amazonas. Participaram do evento cerca de 50 representantes de instituições, organizações convidadas e 13 palestrantes de diversos estados do Brasil que trouxeram suas experiências e conhecimentos sobre o tema.
A Seretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas em parceria com o Projeto Corredores Ecológicos - PCE, a Agência Alemã de Cooperação Técnica - GTZ e o Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas - IPAAM, realizou este Seminário sobre Reseras Privadas do Estado do Amazonas que contou também com o apoio da Fundação Moore, da Conservation International - Brasil, do Projeto de Gestão Ambiental Integrada do Estado do Amazonas - PGAI/AM e da Prefeitura Municipal de Manaus. O Seminário aconteceu no período de 19 a 21 de março de 2007 no Centro Mariápolis, em Manaus/AM.
O governo do Estado do Amazonas reconhece a importância e a necessidade da participação do setor privado para a conservação dos recursos naturais no âmbito de sua política que visa o desenvolvimento sustentável e o objetivo principal do Seminário foi de facilitar e criar condições para a construção de duas categorias de manejo de unidades de conservação no Estado do Amazonas, sendo uma de proteção integral, similar a RPPN e outra de uso sustentável, as duas sob domínio e responsabilidade privada.
Conforme o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA, instituição governamental federal responsável pela proteção e conservação do meio ambiente no Brasil, criou em 1990 o Programa de Reservas Particulares do Patrimônio Natural - RPPN´s, com o objetivo de aumentar as áreas protegidas no País. O IBAMA presta aos proprietários das RPPN´s orientação técnica e assessoria necessárias ao manejo dessas áreas.
O QUE SÃO AS RPPN´s?
Trata-se de uma categoria de área protegida reconhecida pelo poder público, por iniciativa expressa de seu proprietário. Os critérios para seu reconhecimento são: Significativa importância para a proteção da biodiversidade; aspecto paisagístico relevante; caraterísticas ambientais que justifiquem ações de recuperação ou conservação de ecossistemas frágeis e ameaçados.
AS RPPN´s SÃO IMPORTANTES PARA A CONSERVAÇÃO PORQUE?
Contribuem para uma rápida ampliação das áreas protegidas no país; atuam como zonas-tampão no entorno de parques e reservas, constituindo-se em corredores ecológicos; apresentam índices altamente positivos na relação custo/benefício; são facilmente regulamentadas; possibilitam a participação da iniciativa privada no esforço nacional de conservação; contribuem para a compensação da biodiversidade dos biomas brasileiros.
VANTAGENS PARA OS PROPRIETÁRIOS:
Isenção do Imposto Territorial Rural; Prioridade na concessão de empréstimos junto a instituições oficiais de crédito; Maior conhecimento sobre o ecossistema local, pois as RPPN´s são frequentemente objeto de pesquisas científicas; orientação técnica e apoio para o manejo das áreas.
PERSPECTIVAS E NECESSIDADES:
A criação de RPPN´s em áreas de grande diversidade biológica constitui-se em estratégia rápida e eficaz para a conservação dos biomas brasileiros.
O Programa das RPPN´s vem buscando apoio de instituições nacionais e internacionais, tais como o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento - PNUD, o Programa Piloto de Proteção das Florestas Tropicais do Brasil - PPG-7 e do Fundo Nacional do Meio Ambiente - FNMA, para garantir a implementação do Programa no Brasil.
Apesar dos avanços alcançados, os aportes recebidos até o momento são ainda insuficientes para proporcionar um impulso decisivo na ampliação das áreas particulares protegidas.
A inserção das reservas particulares na categoria de unidades de conservação data de 1990, quando foram criadas através de um Decreto federal. Em 1996, nova legislação ampliou esta conquista, estendendo aos órgãos estaduais e municipais a competência de também criarem e regulamentarem RPPN´s.
A missão maior de garantir a proteção ambiental não está apenas nas mãos do Estado, mas também na legítima iniciativa de proprietários de terras, que encontram nas RPPN´s o mecanismo legal para auxiliar na conservação da biodiversidade.
Sobre o SISTEMA ESTADUAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO - SEUC os acadêmicos devem entrar no site da Assembléia Legislativa do Estado do Amazonas e ler a Lei que institui o SEUC, estabelecendo critérios e normas para a criação, implantação e gestão das Unidades de Conservação, bem como as infrações cometidas em seu âmbito e as respectivas penalidades.