Jornal A Crítica
Matéria da jornalista Elaíze Farias
Data: 17/07/2011
O Relatório de Acompanhamento de Estudos e Projetos de Usinas Hidrelétricas da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), cuja atualização data do dia 31 de maio de 2011, aponta 144 projetos de aproveitamento de usinas na Amazônia, entre grandes hidrelétricas e pequenas centrais hidrelétricas (PCH) - aquelas com potencial abaixo de 30 megawatts.
O projeto mais avançado é justamente a Hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, usina que deverá gerar mais de 11 mil megawatts, e que vem sendo alvo de protesto de movimentos sociais e indígenas contrários ao empreendimento.
Os Estados do Acre, Amazonas, Pará, Tocantins, Mato Grosso e Maranhão estão na lista dos projetos. Entre as bacias mais impactadas estão Jamamanxi, Tapajós e Teles Pires. No documento, ao qual o portal acritica.com teve acesso, há diferentes etapas das análises, entre inventários e elaborações do projeto.
No Amazonas, dois projetos se destacam: a elaboração de estudos na área do rio Canumã e seu afluente, rio /acari, na calha do Madeira. As hidrelétricas, diferentes das demais descritas no relatório, não trazem dados sobre potência prevista.
Os dois agentes responsáveis pela elaboração dos estudos e projetos no Madeira destas duas hidrelétricas são Voltalia Energia do Brasil e a Ersa-Energia Renováveis.
Na divisa do Acre com o Amazonas há também outro empreendimento previsto, localizado na região do rio Juruá e seu afluente, rio Moa. Não há informações sobre a potência. O estudo está em elaboração.
"O tamanho das hidrelétricas não é tão importante. Os impactos serão os mesmos e até duplicados. Estamos falando de Amazônia. Qualquer interferência vai ter sérias consequências ambientais e trair migração", analisou Telma Monteiro, ativista ambiental e estudiosa dos impactos sociais que as hidrelétricas provocarão na Amazônia, especialmente com represamento dos rios.
Em recentes entrevistas sobre os prejuízos das hidrelétricas na região, Telma Monteiro alerta que, diferente do discurso oficial do governo brasileiro, os empreendimentos não produzem energia limpa e barata.
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