Jornalista - Sídia Ambrósio
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Em 24 de janeiro de 2010, esta importante matéria, com referência ao lixo gerado pelo Distrito Industrial (PIM), apresenta parte do estudo desenvolvido por consultores japoneses , cuja finalidade é elaborar um plano diretor de resíduos a ser implantado no período de 2011 a 2015. O estudo para gestão dos resíduos no PIM, teve início em fevereiro do ano passado e previsão de término será no mês de agosto.
TEXTO NA ÍNTEGRA
As indústrias descartam mais resíduos por dia do que reciclam. A conclusão está no relatório preliminar do "Estudo para o Desenvolvimento de uma Solução Integrada Relativa à Gestão de Resíduos Industriais no Pólo Industrial de Manaus". O documento foi desenvolvido pela Agência Japonesa de Cooperação Internacional (Jica, sigla em inglês), em convênio firmado com a Agência Brasileira de Cooperação (ABC) do Ministério das Relações Exteriores (MRE) e Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa). Segundo dado mais recente do estudo - referente ao ano de 2005, uma população de 117.053 trabalhadores do PIM gera 289 quilos de resíduos industriais por dia. Desse total, apenas 4,7% são reciclados, uma média de 23,9 quilos por dia.
O relatório aponta ainda que um trabalhador do polo de Manaus produz 10% a mais de resíduos industriais que um habitante da Mongólia, país de economia inferior ao Brasil. Além disso, as fábricas e um hospital localizado no PIM geram uma quantidade de resíduos de serviços de saúde perigosos. São 228,6 quilos por dia.
Segundo a Suframa, o estudo teve início em fevereiro do ano passado e tem previsão para o mês de agosto deste ano. Ele pretende mapear e identificar quantitativa e qualificativamente, os resíduos industriais emitidos pelas empresas e promover o gerenciamento desses materiais.
Junto à Jica e à Suframa, também são parceiros da pesquisa a Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), o Centro da Indústria do Estado do Amazonas (Cieam) e a Câmara de Comércio e Indústria Nipo-Brasileira do Amazonas (CCINB/AM), além de órgãos governamentais da área de meio ambiente.
Segundo a Suframa, 240 das 440 fábricas instaladas no PIM, são objetos do estudo desenvolvido por consultores japoneses em Manaus. De acordo com a coordenadora geral de Comércio Exterior da Suframa, Gracilene Belota, a intenção do estudo é elaborar um plano diretor com ações que devem ser implantadas no período de 2011 a 2015. "O nosso objetivo com esse projeto é não somente propor alternativas de soluções na área de resíduos industriais, mas também contribuir com a geração de emprego e renda para a população na região", declara.
Ainda segundo a coordenadora, a iniciativa surgiu por meio de uma solicitação das entidades de classe envolvidas no processo produtivo, como, por exemplo, a Fieam. "O estudo é importante porque vai contribuir para o aumento do índice de confiabilidade no PIM e deve "pesar" na balança na hora de atrair mais investidores para a instalação de novas indústrias para o parque fabril de Manaus", assegura.
Em quase meio século de existência, essa é a primeira vez que o PIM recebe um estudo voltado para o gerenciamento de resíduos industriais. O projeto também é pioneiro no ramo ambiental no país, segundo informações da Jica, e objetiva a referência internacional contando com o investimento de U$ 2 milhões do governo japonês.
BANCO DE DADOS
Graciene explica que os dados já levantados pelos consultores japoneses implicam na criação de uma bolsa de resíduos que deve funcionar como um banco de dados referente ao mercado de oferta e demanda de serviços de resíduos industriais, o qual será gerenciado pela Suframa em parceria com o Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam).
"Com o banco de dados, poderemos identificar os resíduos descartáveis e, com certeza gerar mais empregos e renda, além de trazer mais investimento para a região", enfatiza.
Pelo menos dois workshops foram realizados pela Suframa envolvendo todos os parceiros do estudo, conforme a autarquia. "Nesses workshops, são apresentadas as amostras do que foi coletado nos relatórios e todos os representantes das empresas e parceiros participam. O que queremos é uma maior participação da sociedade também ", salienta a coordenadora.
O próximo workshop para discutir o estudo está marcado para o dia 6 de abril.
Fonte: Jornal Amazonas em Tempo.
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