sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

AGENDA AMBIENTAL DA INDÚSTRIA

Há décadas, a indústria nacional vem apresentando um quadro de maturidade quanto a ações em prol do meio ambiente, observadas através de diversas iniciativas. Hoje, o próprio setor se organiza e estabelece suas diretrizes ambientais, dando exemplos de como a cadeia produtiva vem contribuindo para a sustentabilidade, mas atesta que para continuar avançando nesse tema, é imprescindível uma parceria com o setor público e a sociedade.
O Coema - Conselho Temático de Meio Ambiente da CNI - Confederação Nacional da Indústria é formado por representantes dos mais diversos Estados e setores industriais que se reúnem periodicamente para discutir as questões ambientais mais relevantes para a atuação industrial. Como o nome já diz, o Coema age como um conselheiro da indústria, acompanhando, analisando e aconselhando a melhor forma de ação da indústria diante de diversas questões em pauta no cenário ambiental, sem comprometer os investimentos da iniciativa privada. Os representantes dos setores das indústrias participam da elaboração das propostas, dando ao Coema uma característica de atuação pró-ativa do setor frente a questões ambientais, inteiramente ligadas às indústrias. Portanto, a função é de planejar, informar e conscientizar para a mudança de antigos paradigmas insustentáveis.
AS PROPOSTAS DA INDÚSTRIA
Os setores da indústria, representados pelo Coema, estabelecem e divulgam quais são suas propostas de trabalho relacionadas a questões ambientais, baseadas nos temas que mais interferem em seu trabalho.
As grandes linhas de ação que devem ser implementadas pelo setor da indústria em prol da sustentabilidade são relacionadas ao ambiente regulatório e jurídico, à ampliação da gestão ambiental no setor industrial, à intensificação do uso de instrumentos econômicos para incentivar comportamentos ambientalmente corretos e ao melhor aproveitamento das oportunidades ligadas aos temas globais, tais como mudanças climáticas e biodiversidade.
Conforme a jornalista Lilian Quintanilha, autora deste artigo na revista Meio Ambiente Industrial/2007, o presidente do Coema (Robson Braga de Andrade), comentou que, de uma forma geral, algumas empresas ainda vêem a área ambiental como um custo e burocracia. Há certa dose de verdade nessa visão, segundo ele, mas ela não pode ser vista apenas por este ângulo. "Há oportunidades, tais como redução do desperdício, reciclagem, reutilização de produtos e matérias-primas." Avaliou Andrade.
Os conselheiros do Coema acrescentaram que a Agenda Ambiental estabelece ações concretas que resultaram de um consenso do setor produtivo.
Levando em conta as propostas e necessidades de seus setores, os conselheiros apontaram as seguintes estratégias:
  • rever as regras de Licenciamento Ambiental, incluindo mecanismos de auto-regulação e instrumentos voluntários de gestão;
  • estabelecer regras claras e critérios justos para determinar mecanismos de compensação ambiental;
  • fortalecer a parceria setor produtivo, governo e sociedade na implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos;
  • defender a responsabilidade compartilhada entre o setor público, sociedade e empresas sobre os Resíduos Sólidos;
  • fomentar instrumentos de planejamento para utilização da biodiversidade, florestas e recursos genéticos;
  • difundir as oportunidades de MDL - Mecanismos de Desenvolvimento Limpo para diversos setores empresariais;
  • reduzir custos com licenciamento e incorporar incentivos econômicos que assegurem benefícios ambientais.
  • A AUTO-AVALIAÇÃO DO SETOR - Para desenvolver, crescer e cooperar é necessário se avaliar, levando em conta erros e acertos. O resultado deste balanço é de um setor cada vez mais envolvido com o meio ambiente, chegando a se "benchmarking" em diversos setores. No momento de se avaliar a indústria, representada pelo Coema, os conselheiros concluem que avançaram muito nos últimos anos na adoção de práticas de gestão ambiental, tais como as normas ISO 14000, e também se organizou melhor, em termos de visão conceitual e representação. "As grandes empresas, em muitos casos, são os principais fornecedores de recursos para educação, saúde e transporte em áreas afastadas dos grandes centros. Mas, não podemos esquecer que o papel dos empresários é, antes de gerar renda e trabalho", comentou Andrade. Para ele, esta função social deve ser respeitada e valorizada pela sociedade e pelo governo.

Revista Meio Ambiente Industrial - Ano XI - Ed 65 - Janeiro/fevereiro de 2007

AUTORA - Jornalista Lilian Quintanilha

Vale ressaltar que a retirada de trechos do artigo "Agenda Ambiental da Indústria" possa servir de esclarecimento aos interessados, sobre a responsabilidade social e ambiental nas indústrias, com oportunidades de melhorias para um maior desenvolvimento em prol da sustentabilidade.

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