O alerta foi feito pela presidente da COP-15, Connie Hedegaard, na cerimônia de abertura da reunião de ministros e chefes de Estado, o ápice do encontro que termina sexta-feira.
A palavra-chave dos próximos dias precisa ser "concessão", disse a dinamarquesa, ao lado do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e do premiê da Dinamarca, Lars Rasmussen. "Agora é hora de bom senso, concessão e coragem", disse Ban mais tarde, demandando aos países que parem de apontar o dedo um para o outro.
Concessão foi tudo o que não se viu em Copenhague ao longo dos últimos dez dias.
A reunião diplomática, como previsto, não avançou. Os principais poluidores do mundo, EUA e China, limitaram-se a trocar acusações. O rascunho de acordo que os ministros receberão hoje joga no colo deles as decisões sobre todos os pontos importantes: metas para países desenvolvidos, compromissos de redução para países em desenvolvimento e sua verificação e principalmente, dinheiro.
Só um bode parece ter sido tirado da sala: reunida com ONGs, Hedegaard teria garantido que o Protocolo de Kyoto terá um segundo período. No texto do LCA (grupo negociador que trata dos termos do novo acordo) que circulou ontem, cada um desses ítens cruciais aparece como "a ser elaborado". "Pulou de esfera", disse Luiz Alberto Figueiredo Machado, negociador-chefe do Brasil. "As decisões mais complicadas vão para os ministros e talvez para os presidentes".
A principal decisão que deverá ser tomada pelos chefes de Estado - se for - é a questão do financiamento ao combate à mudança climática nos países em desenvolvimento no médio e longo prazos. Por enquanto, a única proposta na mesa é o chamado "fast money", o pagamento de US$ 10 bilhões por ano durante três anos, para financiar ações até 2012.
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