Ontem, 18/12/2009, foi o término da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas - COP/15.
Conforme o Jornal À Crítica com data de 19/12/2009 cujo enviado especial Antonio Ximenes, diz o seguinte:
A Conferência do Clima fracassou. Os países desenvolvidos não se entenderam com os emergentes, especialmente Estados Unidos e China. Metas para redução das emissões não foram acordadas. Financiamentos para as adaptações das mudanças climátias nos países pobres não se efetivaram.
Nas últimas horas de ontem, quando mais de 100 chefes de Estado não conseguiram chegar a um acordo global do clima, o presidente americano Barack Obama reuniu-se de maneira extraordinária na Bella Center, com os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (Brasil) e Jacob Zuma (África do Sul), bem como os primeiros ministros Wen Jiabao (China) e Manmhah Singh (Índia).
O tema central do encontro desses estadistas foi sobre a verificação/fiscalização internacional nos países que receberiam recursos das nações desenvolvidas. A China era terminantemente contra, mas, depois das argumentações de Obama e a anuênia dos outros membros do grupo da qual faz parte, concordou de forma pouco afirmativa, desde que os Estados Unidos também fossem verificados/fiscalizados em suas ações de combate às mudanças climátias.
A COP-15 frustou milhares de ambientalistas, mas, prinipalmente, deixou o planeta a deriva no que se refere ao aquecimento global, causado pelos gases do efeito estufa. Foi como se não houvesse um clamor da comunidade científica, que alertou o mundo para os efeitos catastróficos do aumento da temperatura em até dois graus celcius. Mesmo havendo a clara sensação de que os 192 países iriam concordar em definir metas para reduzir as emissões, não foi possível chegar a um determinador comum.
BRASIL DISPOSTO A SACRIFÍCIOS:
Mas se de um lado a tristeza tomou conta de líderes como Lula, que disse estar frustado e que seria necessário um anjo ou um sábio descerem na COP-15 para iluminar a inteligência que faltou às partes, sua liderança ganhou o mundo. "O Brasil apresentou metas concretas. Equilibrou as conversações nos países emergentes e tem em Lula um líder do meio ambiente", comentou o presidente da França Nicolas Sarkozy. "Se for necessário fazer mais sacrifícios, o Brasil está disposto a colocar dinheiro para ajudar os outros países", anunciou Lula, provocando aplausos.
PROTOCOLO DE KYOTO É FORTALECIDO:
Em meio ao desanimo geral, que tomou conta de Copenhague, uma luz tênue surgiu no horizonte. Trata-se, curiosamente, do fortalecimento do Protocolo de Kyoto, já que os países em desenvolvimento conseguiram mantê-lo, derrubando a tese das nações desenvolvidas que queriam acabar com ele.
Pelo Protocolo, os países do Anexo 1, os desenvolvidos, cerca de 37, terão que repassar recursos para as medidas mitigatórias e de adaptação, bem como repassar tecnologia pos 2012, quando entra em vigor a segunda parte do Protocolo. Mas é muito pouco, para quem observa as geleiras dos Andes, do Himalaia e dos Alpes derretendo, os rios secando e os furacões e maremotos tomando conta do clima e desestruturando a vida de milhares de habitantes da Terra.
Tuvalu, no Oceano Pacífico, pode desaparecer sob as águas se nada for feito para ajudá-lo, por exemplo. Outras nações da África, também correm o risco de terem suas terras devastadas por secas e enchentes nunca antes vistas. Insatisfeito com os resultados, o presidente do G-77, Stanislaus Lumumba, grupo que reune mais de 130 países, foi até a sala de imprensa para dizer que seu país, o Sudão, "não aceitava este documento".
CHÁVEZ FAZ CRÍTICAS À DINAMARCA:
A insatisfação com os resultados pífios da COP-15 foi tão grande que os presidentes da Bolívia e da Venezuela, Evo Morales e Hugo Chávez, respectivamente, aproveitaram a ocasião para descredenciarem a presidência da Conferência do Clima, a anfitriã Dinamarca, que, segundo eles, desrespeitou os países pobres e as nações emergentes ao ficar assintuosamente do lado dos grandes da economia mundial. "Fomos considerados nações de segunda linha em um evento em que a igualdade é fundamental", disse Chavez.
Morales não foi menos condescendente e disse que os países desenvolvidos parecem não ter aprendido nada, mesmo em uma situação de agravamento da vida na Terra. "Eles, os ricos, historicamente vem poluindo o planeta, e, agora, não querem cumprir com suas responsabilidades". É uma vergonha e uma falta de respeito com a humanidade". Agora, nem tudo está perdido, porque as negociações continuam.
Outras reuniões, ao longo do próximo ano, serão realizadas pelos países membros da ONU, no ambito da Convenção. Mas as decisões, aquelas que determinarão uma nova realidade climática, somente deverão ser tomadas na COP-16, no México, em 2012.
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